quinta-feira, 14 de maio de 2015

A Sofrência da Corrupção





                           
                                                A Sofrência da Corrupção



"Corrupto chora e fala da sofrência a justiça"

       No Brasil existem dois modelos de interpretação pela nossa sociedade organizada, não desrespeitando a justiça, mas tem determinados fatos, que vira uma sombra distorcida, tendo em vista a necropsia que a lei oferece a uns tantos e a outros não.
     Ouvindo a dialética do Procurador Geral da Nação, em tom de satisfação, grifou no seu cabedal jurídico, que o acordo de delação premiada foi o instrumento mais valorizado nos últimos tempos, por força da repatriação do dinheiro confiscado no exterior proveniente das ações dos ladrões do erário público. Se não fosse a descoberta da Policia Federal, por certo a Petrobrás já estaria à beira da falência.
      Os críticos são taxativos em formular em suas opiniões que somos o país da impunidade, onde nada se apura e quase tudo termina em pizza.
      Com a delação premiada proposta pela lei, o que era banquete de pizza se tornou para esses corruptos, janta regada a caviar com salada de bacalhau e outros condimentos  misturados a vinho francês, vodka russa e whisky americano, mesmo porque estão sabatinados na ação criminal peixes codinominados tubarões, donos de empreiteiras, executivos das ações públicas e outros dominadores da nossa vida empresarial, que roubaram substancialmente o dinheiro dos projetos do governo e depositaram em suas contas bancárias no exterior, foram delatados, indiciados e presos. Em meio a toda essa vertente, fazem um acordo de cavalheiros com a justiça, devolvem  vinte por cento do montante roubado frente ao juiz e promotor e com cara de “sofrência”  acham que sua missão “” cumprida,  além da delação premiada, os advogados ainda pedem clemência e perdão judicial para seus clientes, alegando  “estado de debilitação emocional e pobreza”.
      Ora, evidente que quem esconde uma maleta com dois milhões, para se ver livre de uma ação mais pesada da justiça devolve 500 mil, faz sua parte no acordo, agrada as autoridades pela missão cumprida, e quando for condenado a prisão domiciliar, irão gastar o resto nas calorosas praias de Miami,  na Torre Eiffel ou quem sabe no santuário de Buda no  Japão, e tudo vira como “antes no quartel de Abrantes”
      Vejo muitos setores da imprensa formularem suas críticas a favor  do governo da Indonésia, que levou ao pelotão de fuzilamento os brasileiros que foram presos com droga naquele país,  sugerem a idéia que o governo  deveria criar esta mesma solução para fincarem em nosso Código Penal. Se estamos a conviver dentro de um lastro grandioso de corrupção, e o filho de um bacana desses que são promovidos a corruptos e a corruptores forem flagrados nessa linha de delinquência, por certo só encontrarão essa dureza da lei o filho de Francisco ou de José, lavradores  do interior que  salvarão as crias  desses magnatas que dominam a nação. Por outro lado, se as ações desses caras que subtraíram o erário público fossem  na  China, aí sim que eles iriam ver o sol nascer quadrado, com uma bala de fuzil na cabeça e a família teria que pagar pelo projétil deflagrado pelo pelotão.
    Por fim, a constituição fala no seu artigo 5º, que todos são iguais perante a lei, mais na prática esse volume  se desintegra  quando a justiça vem de encontro  por seus meios jurídicos a topar com o rico e o pobre, cujo tratamento em todos os quilates são bem diferenciados. Passei dez anos dentro de um cárcere, pude observar o mais e o menos da história de cada um dos meus companheiros de cela. Quem foi pego roubando uma lata de leite de 50 reais, foi sentenciado a seis anos, outros que foram flagrados roubando um celular ou preso com uma pequena quantidade de maconha, foram submetidos as mesmas sabatinas da lei, porém ficaram por dois ou três anos encarcerados, sem direito ao que hoje os caras que dilapidaram a Petrobrás foram beneficiados  com a delação premiada.
    Por certo se a aplicação dessa medida jurídica for compartilhada com a classe desfavorável que vive superlotando as cadeias, com certeza todo o sistema penal seria agraciado, e quem sabe estaremos abrindo a porta para um controle efetivo dessa população e os cárceres não estariam nesta sofrência dos dias de hoje.

    Pegue a visão!




Nenhum comentário: